A situação precária de muitas estradas
de Minas Gerais
Acabo
de retornar de uma viagem às cidades históricas de Minas Gerais e em
que pese a beleza natural da região, seus monumentos históricos e a
cortesia do povo mineiro, o que mais me decepcionou foram as condições
de suas estradas. Rodovias
precárias, com enormes buracos e sem acostamento. Muitas mais pareciam
uma colcha de retalhos, de tantos tapa-buracos que receberam. Tudo isso
sem contar que na maioria não existe sinal de telefonia celular e por
tanto sem internet. Já
havia me preparado para escrever a respeito e em uma rápida busca na
internet encontrei um texto do Jornal “Das Lajes” de março do ano
passado, que talvez possa nos dar uma ideia melhor do que poderia
relatar. As únicas rodovias que encontrei em boas condições são as
federais. Talvez o Governador “Zebra” teria melhor desempenho se ao
invés de perder tempo criticando a esquerda olhasse por suas estradas. Jornal
“Das Lajes” 01
de Março de 2023, por
Edésio Lara A
malha rodoviária de Minas Gerais é a maior do Brasil. Ela possui
272.062.090 km. Os dados são do próprio governo do estado. 16% de toda
a malha rodoviária do Brasil encontram-se em MG. É muito “chão”,
pode-se dizer. Sendo o estado de Minas Gerais territorialmente muito
grande, a malha rodoviária que o corta não poderia ser diferente: ela
é imensa. Ultimamente, críticas feitas à má qualidade das rodovias
que cortam o nosso estado aumentaram e a culpa passou a ser do período
chuvoso. Isso não está incorreto, porém a condição precária de
muitas estradas vem de antes. Ano
após ano, o que mais ouvimos durante o verão são notícias de muitos
acidentes, de tragédias ocorridas devido aos temporais. Deslizamentos,
desabamentos, enchentes, trombas d’água e mortes resultantes desses
fenômenos acometidos pelo excesso de águas de chuva tornaram-se
comuns. Acompanha esses acontecimentos a preocupação de cientistas que
se manifestam contrariamente aos desmatamentos, agressões violentas a
bens naturais, tais como ocorrem com desmatamentos e queimadas de
florestas, que têm ocorrido no Brasil e, também, em outros países. A
destruição de florestas, como ocorre com a Mata Atlântica em nosso país,
implica, sobremaneira, no aquecimento global. E o resultado disso,
sabemos todos, são os desequilíbrios que notamos ao longo das quatro
estações climáticas anuais: calor ou frio intensos, secas, chuvas
abundantes, ou mesmo a falta delas. Neste
momento, com chuvas fortes desde os últimos meses de 2022, os estragos
causados por elas são enormes. O excesso de água causa transtorno e
prejuízos para agricultores, danifica estradas, derruba pontes, destrói
casas. Em Resende Costa, por sorte nossa, devido à sua localização e
condição topográfica, não temos problemas com enchentes, muito menos
com desabamentos de edifícios ou deslizamentos de encostas, por
exemplo. Por outro lado, notamos que estradas de terra que ligam a sede
do município aos seus povoados tornam-se piores e perigosas. Trafegar
por elas requer até dos motoristas mais experientes cuidados especiais,
atenção redobrada. Outras
dificuldades, percebemos na única estrada asfaltada que nos liga à MG
383, que liga São João del-Rei à BR 040. Quando construída, no início
da década de 1980, a rodovia ficou muito boa. Ao contrário, os serviços
de manutenção da via, desde antão, nunca foram muito bons. Prova
disso são os constantes buracos que surgem na estrada em qualquer época
do ano. Os motoristas que circulam com frequência por ela já sabem
quais são os mais perigosos e até onde ficam. Durante
o dia, desviar dos buracos é possível, mas à noite não. Somam-se a
essa quantidade enorme de buracos os prejuízos com rodas empenadas,
amortecedores danificados e pneus estourados. Vira e mexe o Departamento
Estadual de Rodagem (DER) faz aquele tapa-buracos, cujos resultados são
pouco eficazes. São remendos que, feitos sobre casca fininha de
asfalto, duram pouco. Eles se assemelham àqueles remendos que fazemos
em peças de roupa já velhas, esgarçadas. Quando você costura de um
lado, defeitos aparecem noutras partes delas. É melhor descartar a peça
e comprar outra. Tomemos como exemplo o asfaltamento da Av. Alfredo
Penido. Depois das obras malfeitas por empreiteira contratada pela
Copasa, a solução foi mandar recapear a avenida inteira.
O
descaso com a manutenção das estradas estaduais é enorme. Há lugares
em que motoristas de ônibus e caminhões precisam parar os veículos
que dirigem antes de atravessar as enormes crateras que encontram pela
frente, a fim de evitar estragos nos veículos e acidentes. Quem sai de
Resende Costa em direção ao estado de São Paulo ou do Rio de Janeiro
sabe bem disso. É lamentável, é de dar vergonha o péssimo estado de
conservação das rodovias. A impaciência de motoristas é grande. Sabendo que restaurações são poucas e demoradas, apelam por realizar serviços voluntários, ao que parece. Na entrada de Resende Costa, buracos têm recebido pedras, formando “pequenos calçamentos” dentro deles. É um quebra-galho para nós e para quem nos visita, apesar de não ser a solução. O governo estadual, que arrecada muito com IPVA e outros tributos, precisa cuidar bem das nossas estradas.
Cesar
Jumana
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